segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O QUE A CULTURA REPRESENTA PARA UMA CIVILIZAÇÃO.

A cultura é uma espécie de alma comum que faz a identificação de povo constituído plenamente em sua dignidade. 
É a sua marca de raiz, seu DNA, sua noção de pertença, de pátria.
Qualquer interferência oriunda de acréscimos, migrações, seja nos usos, costumes, arquitetura, culinária, religião, sistema político, interfere superficial ou profundamente nesta alma de comunidade.
Neste caso, sempre se acrescenta algo, se suprime, se ganha e se perde.
Quando um povo tem estas noções de usos e costumes profundamente inserida nas famílias e estas transmitem valores ancestrais às novas gerações, como no caso do povo judeu e árabe, por onde eles andarem em qualquer parte do mundo eles se agarrarão às suas raízes.

No caso destes povos, onde o culto às tradições é protegido e passado de geração em geração, a cultura permanece e serve de paradigma à união do grupo, defesa contra ataques externos e sobrevivência da raça.

Usamos estes comentários para fazer uma divagação sobre a cultura em Laguna.
Nós temos nestas 5 últimas décadas, desprezado nossa cultura, abandonado nossas lembranças e descartado as memórias de família, receitas, bolos, pratos de domingo, histórias, brincadeiras, músicas, fazeres, saberes.

Estamos desorientados, cegos, perdidos neste âmbito.
Quando nossas famílias param de transmitir seus valores culturais aos filhos e netos, elas mesmas se desfazem, perdem laços preciosos de suas origens e sua identidade.
Não existe desgraça e vergonha pior que esta, para uma raça que esqueceu sua bandeira, seu orgulho e sentido de pertença.
Daí que apelo aos poderes que ora iniciam sua trajetória, que liderem um movimento para ressuscitar urgente a cultura da Laguna porque nos estamos desintegrando rapidamente como cidade e nos tornando terra de ninguém.
Como assim?
Investir sistematicamente na cultura luso-açoriana, na música, literatura, artes cênicas, dança, folguedos, folclore. Incentivar o culto da história das famílias, fotografias, objetos, artes domésticas, culinária, par que num rápido movimento de resgate, recomecemos a soprar a nossa fogueira tribal antes que a última brasa se apague nas cinzas.
Nas escolas, nas praças, nas comunidades, nas associações, nos grupos folclóricos, nos espaços culturais.

LAGUNIDADE é o grito que desesperadamente tento fazer ouvir para que voltemos a ser o altivo povo luso-açoriano, pescador e farrapo, tradicionalista e hospitaleiro, que acolhe com carinho o aquele que visita ou vem para ficar, mas também exige respeito e ordem.

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